domingo, 23 de setembro de 2018

 

 Tragédia: Cultura e História virando cinzas no Museu Nacional

Estima-se que mais de 200 milhões de itens tenham sido queimados




Ana Cecília e
Brenda Câmara
Em:10/09/2018
Fonte: g1.com

O trágico incêndio do Museu Nacional, nos causou perdas imensuráveis e irreparáveis, transformando em cinzas um imenso acervo estimado em mais de 20 milhões de itens. Reflexos da situação a qual vivemos hoje. Mais de 200 anos de historia, cultura e ciência virando cinzas. Por pura negligência, consequências de governos corruptos, de tamanho descaso governamental. A cultura, ciência e arte pedem socorro, assim como o nosso museu estava pedindo a tempos. Um triste dia para os amantes da educação, para a nossa própria história e para as futuras gerações que não terão o prazer de ver com seus olhos esse grande tesouro que se foi.

O fogo se deu início logo após o fechamento do Museu para o público, as 19h30 na noite de domingo(2) e foi controlado no fim da madrugada de segunda-feira (3), porém, vestígios de fumaça ainda podiam ser notados pela manha. O chefe do Corpo de Bombeiros declarou não ter feridos e foi possível a retirada de algumas peças. A causa ainda não identificada, será investigada. A Polícia Civil abriu inquérito e repassará o caso para que seja conduzido pela Delegacia de Repressão e Crimes de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, da Polícia Federal, que irá apurar se o incêndio foi criminoso ou não. 


Museu Nacional na Quinta da Boa Vista antes do incêndio
g1.com
O despreparo do Estado

A falta de água prejudicou o combate ao incêndio, só quatro horas após o início das chamas, a situação da água foi normalizada. "Dois hidrantes, mais próximos, estavam sem carga (força) e pedimos para a Cedae desviar água para cá. Neste momento, temos a garantia que não faltará água. Há muito material combustível com muita madeira no piso do prédio. Além disso, há muito material inflamável, muito animal com álcool e isso fica muito difícil para nós", explicou o coronel Costa Júnior.
80 bombeiros de 20 quartéis trabalharam na tentava de controlar as chamas. "Neste momento, pelo menos, a fachada não corre o risco. A parede é muito grossa, antiga. Não vejo este risco mas ainda precisamos aguardar. Não controlamos o incêndio ainda", explicou o comandante-geral do Corpo dos Bombeiros.
O Museu Nacional estava em situação irregular, há cerca de 1 mês a organização do Museu entrou em contato com o Corpo de Bombeiros, que teriam conseguido recursos. Eles queriam se regularizar, mas infelizmente não deu tempo. 


Museu Nacional pegando fogo depois de fechar as portas no domingo
g1.com




 O que se perdeu?
Estima-se que 200 milhões de itens foram perdidos com esse grave incêndio






Ana Cecília e
Brenda Câmara
Em:10/09/2018
Fonte: museunacional.ufrj.br

A formação do acervo do Museu deu-se primeiramente pela transferência para sua sede, de instrumentos, máquinas e gabinetes dispersos em outras instituições, pela doação de objetos de arte e da Antiguidade pela família real, pelas coleções existentes na Casa dos Pássaros, pela coleção de mineralogia, conhecida como Coleção Werner, e por peças etnográficas provenientes das províncias do Brasil.

• Acervo Bibliográfico formado de livros, folhetos, periódicos, multimeios, in-fólios, obras raras, mapas, teses e dissertações pertencentes à Biblioteca do Museu Nacional e da Biblioteca Francisca Keller, do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS);



Vigilante encontrou documento do Museu Nacional na rua, após incêndio
g1.com



• Acervo Científico composto por exemplares representativos da biodiversidade, fósseis, objetos etnográficos e arqueológicos, pertencentes aos Departamentos de Antropologia, de Botânica, de Entomologia, de Geologia e Paleontologia, de Invertebrados e de Vertebrados;



Conchas do Acervo Científico 
g1.com



Esqueleto de Pterossauro que o Museu possuía
g1.com


• Acervo Documental constituído de material arquivístico, custodiado pela Seção de Memória e Arquivo (SEMEAR) e pelo Centro de Documentação em Línguas Indígenas (CELIN)









Fóssil de Luzia, considerado o mais antigo do mundo.
g1.com





















sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Desassociação do Museu Nacional da UFRJ seria ato arbitrário e autoritário’, diz universidade

Instituição fluminense se manifestou nesta sexta sobre a possibilidade cogitada pelo governo Michel Temer




Ana Cecília Maia e
Brenda Câmara
Em: 10/09/2018
Fonte: Roberta Jansen (adaptado)

Apesar de sua importância histórica, o Museu Nacional também foi afetado pela crise financeira da UFRJ e está há pelo menos três anos funcionando com orçamento reduzido.
A situação chegou ao ponto de o museu anunciar uma “vaquinha virtual” para arrecadar recursos junto ao público.para reabrir a sala mais importante do acervo, onde fica a instalação do dinossauro Dino Prata. A meta era chegar a R$ 100 mil. Após o corrido, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), se posicionou sobre a hipótese de o Museu Nacional ser retirado de sua administração. “Qualquer medida dedicada a retirar da UFRJ o Museu Nacional representaria ato arbitrário e autoritário contra a autonomia universitária e a comunidade científica do país”, declarou a instituição.
A nota segue acrescentando que o Museu Nacional não é uma instituição dedicada exclusivamente à guarda de acervo. “Além da guarda da memória, da cultura do país e do mundo, ali se produz conhecimento, ciência de ponta reconhecida pela Capes com a nota 7, maior índice de avaliação possível para uma instituição acadêmica no Brasil. O Museu Nacional é uma unidade da UFRJ dedicada a ensino, pesquisa e extensão, cuja indissociabilidade é prevista no artigo 207 da Constituição Federal.” 
A universidade diz ainda que o corpo “altamente qualificado de docentes, pesquisadores, estudantes e servidores técnico-administrativos em educação do Museu jamais poderia se submeter a uma organização social ou qualquer outra instituição que não seja a UFRJ.”
A possibilidade de o governo federal realizar tal alteração surgiu quando o presidente Michel Temer passou a considerar a edição de uma medida provisória com esse fim. 
A ideia da MP foi discutida em reunião com banqueiros e empresários e os patrocinadores dos futuros afirmaram considerar a proposta importante, de acordo com fontes que estiveram no encontro. Os empresários reclamaram da governança e da gestão dos museus e das instituições culturais do País e a ideia de retirar o Museu Nacional da UFRJ foi apresentada como uma contrapartida.





  O recomeço

             Missão da Unesco chega ao RJ para avaliar restauro do Museu Nacional



Ana Cecília Maia e
Brenda Câmara
Em: 10/09/2018
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br

Uma especialista ligada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e outro vinculado ao Centro de Estudos sobre a Preservação e Restauração de Bens Culturais (Iccrom) começam a trabalhar no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (13), quando terão uma reunião técnica. Inicialmente, farão uma avaliação das emergências para as ações de reconstrução e restauração do Museu Nacional do Rio de Janeiro.
Os especialistas têm vasta experiência na área de restauro, considerando que 90% dos 20 milhões de itens do museu foram destruídos pelo fogo do último dia 2. A chefe da missão da Unesco, Cristina Menegazzi, é responsável, desde 2014, pelo Programa de Salvaguarda de Emergência do Patrimônio Cultural Sírio, no escritório da entidade em Beirute, no Líbano.
Doutora em Gestão de Risco de Desastres do Patrimônio Cultural pela Universidade de Viterbo-Roma, na Itália, Menegazzi atua há mais de 25 anos na área de patrimônio cultural, com foco em conservação e preservação de coleções, práticas de museus, desenvolvimento de projetos, políticas e pesquisas estratégicas, planejamento cultural, gestão de equipes e projetos, bem como na captação de recursos.
Bacharel em História da Arte pela Universidade de Bolonha, a especialista da Unesco tem mestrados em Conservação Preventiva do Patrimônio Cultural pela Universidade Sorbonne (Paris), em Gestão e Conservação de Museus pela escola estatal francesa (Institut National du Patrimoine) e em Arte Contemporânea pela Universidade de Bolonha. 
Outro integrante é José Luiz Perdessoli Junior é gestor de projetos de conservação de coleções do Iccrom, na Itália. Tem experiência nas áreas de gestão de risco ao patrimônio cultural, de ciência de materiais aplicada à preservação de bens culturais (mais especificamente de coleções em papel e materiais relacionados), de princípios científicos para a conservação e de processos de tomada de decisão para conservação do patrimônio.
Perdessoli é graduado em Química pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e mestre em Química de Polímeros, com ênfase nas aplicações na área de conservação de patrimônio, pela Universidade de Helsinque (Finlândia). 


       Fogo fez o teto desabar e interior do edifício se foi praticamente
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Apoio

Após o incêndio, o presidente Michel Temer pediu apoio internacional para buscar resgatar o museu e montou um comitê gestor interministerial – Relações Exteriores, Cultura, Educação e Casa Civil – para administrar o trabalho de cooperação.
A previsão é que, pelos próximos 12 meses, seja organizada toda a reestruturação do Museu Nacional do Rio, inclusive o novo acervo.
Paralelamente aos projetos e às obras de arquitetura, o governo quer realizar uma campanha internacional para recompor, mediante doações e aquisições, o acervo do Museu Nacional.

Vários governos manifestaram interesse em ajudar o Brasil, como França, Portugal, Bulgária, México, China, Chile e Egito. Responsáveis por museus, como o Louvre da França, também se colocaram à disposição do Brasil para colaborar.

Museu do Louvre oferece ajuda para recuperar Museu Nacional

O diretor do museu francês Louvre, Jean-Luc Martinez, se colocou à disposição para ajudar na recuperação do Museu Nacional do Rio de Janeiro. A informação foi divulgada pela assessoria do Ministério da Educação hoje (11).
Consultada pela Agência Brasil, a assessoria da pasta não adiantou detalhes de como o auxílio será efetivado pela equipe do Museu do Louvre. As medidas da parceria serão discutidas posteriormente entre o Ministério da Educação brasileiro e o Ministério da Cultura da França.

Tapumes começam a ser instalados no Museu Nacional

A instalação de tapumes no entorno do Palácio de São Cristóvão, sede do Museu Nacional, teve início na manhã de hoje (11), para garantir um perímetro de segurança na área. O palácio e a maior parte do acervo guardado nele foram destruídos por um incêndio no início do mês. A Polícia Federal investiga as causas da tragédia.
Segundo o diretor do museu, Alexander Kellner, a instalação deve demorar alguns dias e vai garantir que curiosos ou criminosos não invadam o interior do palácio. “Há uma preocupação com o acervo. Infelizmente, quando ocorrem catástrofes assim em outros países, pessoas que não têm sensibilidade querem entrar para ter algum ganho pecuniário”.
Na manhã de hoje, um homem foi detido por pichar a estátua de Dom Pedro II, que fica em frente ao Palácio.
O diretor disse ainda que solicitou uma reunião com a Prefeitura do Rio de Janeiro para discutir a segurança da Quinta da Boa Vista, parque municipal onde fica o Museu Nacional. Outro assunto que deverá estar na pauta é a elaboração de propostas de atividades externas para manter a proximidade com a população e visitantes, durante o período em que o Museu ficará fechado para obras. De acordo com a prefeitura a reunião ocorrerá na semana que vem.

Arqueólogos estão em treinamento para resgatar peças do Museu Nacional

Quando a perícia da Polícia Federal no Museu Nacional for encerrada e os trabalhos emergenciais de contenção estiverem concluídos, equipes de arqueólogos que já estão em treinamento entrarão no palácio em busca do que pode ser salvo. Segundo o diretor administrativo do museu, Wagner William Martins, o treinamento já começou e a busca deve contar com a colaboração de profissionais de outras instituições.
Mesmo assim, a previsão é de que as operações de regate de peças levem pelo menos até o fim do ano para serem concluídas. A reconstrução do palácio só poderá começar após o término desse trabalho.



Tapumes sendo colocados no museu para iniciar restauração
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As propostas de Bolsonaro e Haddad para o ensino a distância Jair Bolsonaro (PSL) disse ser favorável ao ensino fundamental não presenci...