O recomeço
Missão da Unesco chega ao RJ para avaliar restauro do Museu Nacional
Ana Cecília Maia e
Brenda Câmara
Em: 10/09/2018
Fonte: agenciabrasil.ebc.com.br
Uma especialista ligada à Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e outro vinculado ao Centro de Estudos sobre a Preservação e Restauração de Bens Culturais (Iccrom) começam a trabalhar no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (13), quando terão uma reunião técnica. Inicialmente, farão uma avaliação das emergências para as ações de reconstrução e restauração do Museu Nacional do Rio de Janeiro.
Os especialistas têm vasta experiência na área de restauro, considerando que 90% dos 20 milhões de itens do museu foram destruídos pelo fogo do último dia 2. A chefe da missão da Unesco, Cristina Menegazzi, é responsável, desde 2014, pelo Programa de Salvaguarda de Emergência do Patrimônio Cultural Sírio, no escritório da entidade em Beirute, no Líbano.
Doutora em Gestão de Risco de Desastres do Patrimônio Cultural pela Universidade de Viterbo-Roma, na Itália, Menegazzi atua há mais de 25 anos na área de patrimônio cultural, com foco em conservação e preservação de coleções, práticas de museus, desenvolvimento de projetos, políticas e pesquisas estratégicas, planejamento cultural, gestão de equipes e projetos, bem como na captação de recursos.
Bacharel em História da Arte pela Universidade de Bolonha, a especialista da Unesco tem mestrados em Conservação Preventiva do Patrimônio Cultural pela Universidade Sorbonne (Paris), em Gestão e Conservação de Museus pela escola estatal francesa (Institut National du Patrimoine) e em Arte Contemporânea pela Universidade de Bolonha.
Outro integrante é José Luiz Perdessoli Junior é gestor de projetos de conservação de coleções do Iccrom, na Itália. Tem experiência nas áreas de gestão de risco ao patrimônio cultural, de ciência de materiais aplicada à preservação de bens culturais (mais especificamente de coleções em papel e materiais relacionados), de princípios científicos para a conservação e de processos de tomada de decisão para conservação do patrimônio.
Perdessoli é graduado em Química pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e mestre em Química de Polímeros, com ênfase nas aplicações na área de conservação de patrimônio, pela Universidade de Helsinque (Finlândia).
Fogo fez o teto desabar e interior do edifício se foi praticamente
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Apoio
Após o incêndio, o presidente Michel Temer pediu apoio internacional para buscar resgatar o museu e montou um comitê gestor interministerial – Relações Exteriores, Cultura, Educação e Casa Civil – para administrar o trabalho de cooperação.
A previsão é que, pelos próximos 12 meses, seja organizada toda a reestruturação do Museu Nacional do Rio, inclusive o novo acervo.
Paralelamente aos projetos e às obras de arquitetura, o governo quer realizar uma campanha internacional para recompor, mediante doações e aquisições, o acervo do Museu Nacional.
Vários governos manifestaram interesse em ajudar o Brasil, como França, Portugal, Bulgária, México, China, Chile e Egito. Responsáveis por museus, como o Louvre da França, também se colocaram à disposição do Brasil para colaborar.
Museu do Louvre oferece ajuda para recuperar Museu Nacional
O diretor do museu francês Louvre, Jean-Luc Martinez, se colocou à disposição para ajudar na recuperação do Museu Nacional do Rio de Janeiro. A informação foi divulgada pela assessoria do Ministério da Educação hoje (11).
Consultada pela Agência Brasil, a assessoria da pasta não adiantou detalhes de como o auxílio será efetivado pela equipe do Museu do Louvre. As medidas da parceria serão discutidas posteriormente entre o Ministério da Educação brasileiro e o Ministério da Cultura da França.
Tapumes começam a ser instalados no Museu Nacional
A instalação de tapumes no entorno do Palácio de São Cristóvão, sede do Museu Nacional, teve início na manhã de hoje (11), para garantir um perímetro de segurança na área. O palácio e a maior parte do acervo guardado nele foram destruídos por um incêndio no início do mês. A Polícia Federal investiga as causas da tragédia.
Segundo o diretor do museu, Alexander Kellner, a instalação deve demorar alguns dias e vai garantir que curiosos ou criminosos não invadam o interior do palácio. “Há uma preocupação com o acervo. Infelizmente, quando ocorrem catástrofes assim em outros países, pessoas que não têm sensibilidade querem entrar para ter algum ganho pecuniário”.
Na manhã de hoje, um homem foi detido por pichar a estátua de Dom Pedro II, que fica em frente ao Palácio.
O diretor disse ainda que solicitou uma reunião com a Prefeitura do Rio de Janeiro para discutir a segurança da Quinta da Boa Vista, parque municipal onde fica o Museu Nacional. Outro assunto que deverá estar na pauta é a elaboração de propostas de atividades externas para manter a proximidade com a população e visitantes, durante o período em que o Museu ficará fechado para obras. De acordo com a prefeitura a reunião ocorrerá na semana que vem.
Arqueólogos estão em treinamento para resgatar peças do Museu Nacional
Quando a perícia da Polícia Federal no Museu Nacional for encerrada e os trabalhos emergenciais de contenção estiverem concluídos, equipes de arqueólogos que já estão em treinamento entrarão no palácio em busca do que pode ser salvo. Segundo o diretor administrativo do museu, Wagner William Martins, o treinamento já começou e a busca deve contar com a colaboração de profissionais de outras instituições.
Mesmo assim, a previsão é de que as operações de regate de peças levem pelo menos até o fim do ano para serem concluídas. A reconstrução do palácio só poderá começar após o término desse trabalho.
Tapumes sendo colocados no museu para iniciar restauração
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